# Acordei para o bom dia e com renovadas vontades para
abrir gaiolas e ajudar na construção de pontes. Já fiz o agradecimento à noite
que foi longa de histórias. Apesar do cansaço e da teimosia do grande inseto
amarelo. Foi bom! Depois de muito trabalho, coloquei o manto branco sagrado de
luz e fiquei recebendo o prazer do silêncio. Agora escrevo a tarefa da tarde:
desfrutar o “pôr do sol” que me levará ao pote de ouro.
# Pegou a imagem da última
bola rasgada e acrescentou as marcas do puxão de orelha; desconsiderou a raiva
da vizinha faladeira e da vergonha da goleada. Colocou no liquidificador outras
coisas, misturou tudo e saiu para a sala de histórias complexas. Quando chegou,
encontrou um quadro branco com algumas palavras escritas em tintas vermelhas e
uma vela azul esperando para ser acesa. Ficou feliz e assumiu o compromisso de
desenvolver a temperança todos os dias.
# O muro foi pulado e a
preguiça foi pra lata do lixo. Pegou a sacola e saiu distribuindo chocolates.
Quando encontrou o primeiro sapo, perguntou que confusão era aquela, sem
resposta, voltou para casa e foi separar os feijões da próxima refeição.
# Pegou a carta rasgada, colocou no bolso e saiu para pegar
o último ônibus. Sentou-se na cadeira e perguntou ao motorista qual era a
parada mais segura. Desceu cinco minutos antes do ponto e como o relógio estava
atrasado não escutou as tarefas da semana. No retorno a morada, como não tinha
mais ônibus, pegou os melhores atalhos que sujaram os seus sapatos de lama.
Sabia que precisava levar, a todo custo, as informações solicitadas. Então,
olhou para lua e pediu a São Jorge inspiração para inventar as melhores
desculpas. Quando abriu a porta, encontrou somente um bilhete na mesa com
informações das suas tarefas e um lindo relógio de presente.
# Escreveu no papel palavras
e frases que não queria pensar ou sentir. Imediatamente, cortou cada enunciado,
várias vezes, jogou os restos no cinzeiro e com fogo produziu uma grande borra.
Aliviado, soprou a borra que se espalhou em forma de luz pela sala. Sentiu uma
grande vontade de fazer algo novo, aproximou-se do quadro branco que estava na
última parede e com lápis vermelho colocou as mensagens que brotavam na sua
cabeça.
# Imaginou que o jarro era
gigante, subiu na mesa e recebeu o maravilhoso perfume de arruda. Depois de
alguns giros ao redor do grande totem, percebeu que existiam vários parceiros a
sua volta. Incomodado, pulou de lado para a lateral da mesa e foi seguido por
todos aqueles que desejavam a mesma experiência. Achou que tinha que fazer alguma
coisa diferente e quando o último chegou ao círculo, formado na periferia da
mesa, iniciou uma grande roda e montou as bases das próximas jornadas.
# Foi acordado e observou
que já passava da hora. Sentiu o sol forte iluminando o telhado da sua casa. Na
rua, verificou que o grande buraco aumentava de tamanho toda vez que uma
mentira era contada. Percebeu que os moradores estavam presos a um grande medo
e resolvidos a não sair mais da cama. Curioso, foi para o outro lado da rua e
perguntou aos vizinhos distantes quais os motivos para tantos enganos. Sem
resposta, iniciou uma maratona de perguntas e respostas, com a intenção de
encontrar a qualidade das metralhas que evitariam a formação de complexos, e
encheriam os frascos das pílulas de felicidade momentânea.
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