sábado, 11 de outubro de 2014

(8) Alguns textos de Zeca Lemos publicados no Facebook

# Acordei para o bom dia e com renovadas vontades para abrir gaiolas e ajudar na construção de pontes. Já fiz o agradecimento à noite que foi longa de histórias. Apesar do cansaço e da teimosia do grande inseto amarelo. Foi bom! Depois de muito trabalho, coloquei o manto branco sagrado de luz e fiquei recebendo o prazer do silêncio. Agora escrevo a tarefa da tarde: desfrutar o “pôr do sol” que me levará ao pote de ouro.

# Pegou a imagem da última bola rasgada e acrescentou as marcas do puxão de orelha; desconsiderou a raiva da vizinha faladeira e da vergonha da goleada. Colocou no liquidificador outras coisas, misturou tudo e saiu para a sala de histórias complexas. Quando chegou, encontrou um quadro branco com algumas palavras escritas em tintas vermelhas e uma vela azul esperando para ser acesa. Ficou feliz e assumiu o compromisso de desenvolver a temperança todos os dias.

# O muro foi pulado e a preguiça foi pra lata do lixo. Pegou a sacola e saiu distribuindo chocolates. Quando encontrou o primeiro sapo, perguntou que confusão era aquela, sem resposta, voltou para casa e foi separar os feijões da próxima refeição.

# Pegou a carta rasgada, colocou no bolso e saiu para pegar o último ônibus. Sentou-se na cadeira e perguntou ao motorista qual era a parada mais segura. Desceu cinco minutos antes do ponto e como o relógio estava atrasado não escutou as tarefas da semana. No retorno a morada, como não tinha mais ônibus, pegou os melhores atalhos que sujaram os seus sapatos de lama. Sabia que precisava levar, a todo custo, as informações solicitadas. Então, olhou para lua e pediu a São Jorge inspiração para inventar as melhores desculpas. Quando abriu a porta, encontrou somente um bilhete na mesa com informações das suas tarefas e um lindo relógio de presente.

# Escreveu no papel palavras e frases que não queria pensar ou sentir. Imediatamente, cortou cada enunciado, várias vezes, jogou os restos no cinzeiro e com fogo produziu uma grande borra. Aliviado, soprou a borra que se espalhou em forma de luz pela sala. Sentiu uma grande vontade de fazer algo novo, aproximou-se do quadro branco que estava na última parede e com lápis vermelho colocou as mensagens que brotavam na sua cabeça.

# Imaginou que o jarro era gigante, subiu na mesa e recebeu o maravilhoso perfume de arruda. Depois de alguns giros ao redor do grande totem, percebeu que existiam vários parceiros a sua volta. Incomodado, pulou de lado para a lateral da mesa e foi seguido por todos aqueles que desejavam a mesma experiência. Achou que tinha que fazer alguma coisa diferente e quando o último chegou ao círculo, formado na periferia da mesa, iniciou uma grande roda e montou as bases das próximas jornadas.

# Foi acordado e observou que já passava da hora. Sentiu o sol forte iluminando o telhado da sua casa. Na rua, verificou que o grande buraco aumentava de tamanho toda vez que uma mentira era contada. Percebeu que os moradores estavam presos a um grande medo e resolvidos a não sair mais da cama. Curioso, foi para o outro lado da rua e perguntou aos vizinhos distantes quais os motivos para tantos enganos. Sem resposta, iniciou uma maratona de perguntas e respostas, com a intenção de encontrar a qualidade das metralhas que evitariam a formação de complexos, e encheriam os frascos das pílulas de felicidade momentânea.

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