sexta-feira, 17 de outubro de 2014

(9) Alguns textos de Zeca Lemos publicados no Facebook

# A gota d’água espalhava-se no centro da mão, liberando energias e abrindo novas conexões com a rosa vermelha no peito; imediatamente, a respiração ficou leve, livre e verde. Enredos inusitados informavam que alguns monstros estavam em processos de substituição e novas pedras coloridas possibilitariam mais alegrias nas casas revisitadas. Agora, o caminhante melhora a consciência daquilo que é essencial, bate palmas para o tempo amarelo-azul e joga sorrisos para os próximos dias.

# Debaixo da ponte, o caminhante observa sombras, incômodos e esperanças. Na passagem, o homem da bicicleta buzina três vezes. É hora da sua partida, pula para o barco que se encontra à deriva no meio do rio. Sem esforço, deita no fundo do barco, abre os braços, olha para o céu azul e entrega-se, confiante, ao movimento livre das águas.
# Resolvo buscar outras coisas, diferente do botão que controla a geladeira, então, pego o primeiro farelo de bolacha que encontro livre em cima da mesa, entrego a última formiga da fila e saio para desmontar maquetes e reinventar quebra-cabeças.

# Era um labirinto de paredes longas, ruas estreitas e várias entradas. Estava perdido nas horas e cruzando os dedos para o novelo não acabar. O buraco feito na parede não passava ombros e as forças das pernas eram insuficientes para escaladas. Depois de certo tempo, uma chuva desejada aparece para atender todos os pedidos. Um novo lago se forma e um barco vermelho carrega todos para a melhor saída.

 # Tomou água e escreveu no caderno de memórias o que tinha aprendido; sentou na terceira cadeira da roda e compassivamente escutou a variedade de experiências. Agradeceu a diversidade das rosas recebidas e distribuiu pedaços de ‘barbante resiliente’ com todos os interessados.

# Encontrou tudo misturado: sapato apertado, zumbido na orelha, migalhas de vinho, placa de contramão, cachorro perdido, relógio parado e nas prateleiras livros empoeirados. Sentou na calçada, refez pedaços, dançou na chuva, pintou sete vezes, jogou pedras no telhado e disse várias vezes que teria solução. Subiu na escada, apertou a luz, distribuiu palavras, acendeu a fogueira e desenhou coisas boas no livro do amanhã.

# Quando retornou à sala de vivências, leu todas as palavras que escreveu no papel branco: medo, desordem, autocobrança, nova ordem, desafio, sol e saúde. De repente ficou assustado, porque apareceu um objeto que não poderia ser visto. Imediatamente, arrancou o impróprio da parede e colocou no bolso direito da calça, saiu da sala e deitou no banco de madeira que estava no corredor. Fechou os olhos e iniciou um novo sonho: estava no deserto muito diferente, cheio de oásis, plantas verdes, rara beleza e uma fonte de água mineral azul. Satisfeito com encontro com a fonte de saúde, mergulhou de corpo e alma para um banho regenerador. Estava muito bem, relaxado e meditando a luz branca que vinha do lindo céu azul. Passou horas no bem bom! Depois saiu da fonte e acompanhou dois pássaros que viajavam, sem pressa, em direção à próxima cidade. Quando chegou à cidade, ficou muito feliz com a quantidade de fontes de água mineral azul nas casas.

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