# A gota
d’água espalhava-se no centro da mão, liberando energias e abrindo novas
conexões com a rosa vermelha no peito; imediatamente, a respiração ficou leve,
livre e verde. Enredos inusitados informavam que alguns monstros estavam em
processos de substituição e novas pedras coloridas possibilitariam mais
alegrias nas casas revisitadas. Agora, o caminhante melhora a consciência
daquilo que é essencial, bate palmas para o tempo amarelo-azul e joga sorrisos
para os próximos dias.
#
Debaixo da ponte, o caminhante observa sombras, incômodos e esperanças. Na
passagem, o homem da bicicleta buzina três vezes. É hora da sua partida, pula
para o barco que se encontra à deriva no meio do rio. Sem esforço, deita no
fundo do barco, abre os braços, olha para o céu azul e entrega-se, confiante,
ao movimento livre das águas.
# Resolvo
buscar outras coisas, diferente do botão que controla a geladeira, então, pego
o primeiro farelo de bolacha que encontro livre em cima da mesa, entrego a
última formiga da fila e saio para desmontar maquetes e reinventar
quebra-cabeças.
# Era um labirinto de paredes longas, ruas estreitas e
várias entradas. Estava perdido nas horas e cruzando os dedos para o novelo não
acabar. O buraco feito na parede não passava ombros e as forças das pernas eram
insuficientes para escaladas. Depois de certo tempo, uma chuva desejada aparece
para atender todos os pedidos. Um novo lago se forma e um barco vermelho
carrega todos para a melhor saída.
# Tomou água e escreveu no caderno de memórias o que tinha aprendido; sentou
na terceira cadeira da roda e compassivamente escutou a variedade de
experiências. Agradeceu a diversidade das rosas recebidas e distribuiu pedaços
de ‘barbante resiliente’ com todos os interessados.
# Encontrou tudo misturado: sapato apertado, zumbido na orelha, migalhas de
vinho, placa de contramão, cachorro perdido, relógio parado e nas prateleiras
livros empoeirados. Sentou na calçada, refez pedaços, dançou na chuva, pintou
sete vezes, jogou pedras no telhado e disse várias vezes que teria solução.
Subiu na escada, apertou a luz, distribuiu palavras, acendeu a fogueira e
desenhou coisas boas no livro do amanhã.
# Quando retornou à sala de vivências, leu todas as palavras que escreveu
no papel branco: medo, desordem, autocobrança, nova ordem, desafio, sol e
saúde. De repente ficou assustado, porque apareceu um objeto que não poderia
ser visto. Imediatamente, arrancou o impróprio da parede e colocou no bolso
direito da calça, saiu da sala e deitou no banco de madeira que estava no
corredor. Fechou os olhos e iniciou um novo sonho: estava no deserto muito
diferente, cheio de oásis, plantas verdes, rara beleza e uma fonte de água
mineral azul. Satisfeito com encontro com a fonte de saúde, mergulhou de corpo
e alma para um banho regenerador. Estava muito bem, relaxado e meditando a luz
branca que vinha do lindo céu azul. Passou horas no bem bom! Depois saiu da
fonte e acompanhou dois pássaros que viajavam, sem pressa, em direção à próxima
cidade. Quando chegou à cidade, ficou muito feliz com a quantidade de fontes de
água mineral azul nas casas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário