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Outro dia, escreveu com lápis vermelho a tarefa dos próximos dias. Depois de
certa resistência, foi para a rua e levou todo o estoque que havia sendo
acumulado durante anos. Durante o trabalho, várias casas foram visitadas com
relativo sucesso, menos uma que tinha portas e janelas travadas. Para terminar
a tarefa consultou o velho sábio qual seria o próximo passo. Depois da
resposta, foi para o espelho e agradeceu as marcas de reconhecimento que tinha
recebido durante as vivências.
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Estava escrito: chuva fina, madeira crua e querosene queimado; labaredas, milho
assado e nuvens de fumaça; bomba, traque de massa e espoleta; banho de
lágrimas, barriga inchada e mijo na cama. Tinha um desenho de uma bananeira e
ao lado uma fatia de pé de moleque.
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Acontecia: iniciativa, frio na barriga, controle do tempo e força nos punhos;
sinal da cruz, testa vermelha, peito aberto e cabelos ao vento. No retorno:
abraços, risos nos lábios, perguntas sem respostas, elogios e consciência do
dever cumprido.
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Acontecendo: desculpas, reconhecimentos, palavras de apoio, manga com leite,
cara de agrado e quarto arrumado. Suavemente: ajustes de palavras, respiração
verde, rumo certo, entendimento, rosas ao vento e metas alcançadas.
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Do outro lado, a grade do medo, passos errados, dores, ansiedades e migalhas de
culpa fervilhavam na caçarola em fogo alto. Um grande susto, pessimismo e
polegar para baixo. Depois de certo tempo, atravessou a rua, saiu do buraco e
colocou novos azulejos na calçada, recriando cenários e projetos. O céu ficou
profundamente azul e a disciplina otimista passou a ser tema da nova bandeira.
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A sala estava alegre, iluminada, cheirava canela e ouviam-se pequenos sussurros
de almas prontas para ensinamentos. A mãe do afeto, cuidadosamente, escutava,
acolhia e acompanhava desdobramentos de gestos, falas e silêncios. No centro,
algumas folhas coloridas registravam sentimentos, impasses e proposições. O
momento era mágico e insubstituível. De
vez em quando, surgia um novo risco de aparência desconhecida e a página da
hora escrevia o seu destino. Depois de certo tempo, o sonhante acorda, abre os
olhos, respira fundo e agradece aos deuses dos sonhos a oportunidade de ter
vivido o melhor sonho do dia.
# Tinha um tempo para se chegar à cacimba. Na cabeça um chapéu, uma
corda no pescoço e um punhado de pedidos na palma da mão. A vontade era enorme
para retirar a grande sorte. Na primeira pescada, retornaram dois besouros que
foram parar em copo com água. Depois, saiu para rua, queria fazer alguma coisa
e encontrou um grande galo que mandava no terreiro. Fascinado com o valor de
cada besouro, pensou entregar ao galo para no futuro receber benefícios.
Subitamente, começar a chover e um novo sentimento provoca o aparecimento de
dois motivos para se desviar do bico do galo. Agora, um lindo jardim desfruta a
liberdade dos besouros.
# O da sua casa e observou que uma parte do telhado continuava de vidro.
Ficou com medo e logo saiu para retirar algumas pedras da rua. Curioso, passou
na casa do vizinho e percebeu um número pequeno de buracos no telhado.
Cabisbaixo, Foi para a biblioteca e elaborou um novo discurso. Quando voltou
para casa verificou vários muros pintados com palavras educativas sobre os
perigos de palavras enganosas. Passou alguns minutos registrando o que mais
incomodava. Cruzou os dedos, sacudiu o velho livro na lata de lixo e voltou
para conversar com os amigos coruja que já esperavam a sua volta.
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