domingo, 14 de setembro de 2014

(6) Alguns textos de Zeca Lemos publicados no Facebook

# Naquele dia, quando estava perdido, encontrou o que mais precisava: pessoas amigas, clareza de ideias e palavras bondosas. O céu azul e várias nuvens brancas proporcionavam sentimentos de proteção, sensações de segurança e paz interior. O movimento do mar era tranquilo e alguns peixes alegravam o ambiente. Hoje, com as novas imagens positivas, algumas lembranças mudaram de lugar e o peregrino passa a exaltar confiança, coragem e ousadia.

# Na palma da mão tinha um punhado de sementes prontas para serem jogadas ao vento. Estava ficando tarde e o sol descia a colina vagarosamente. Perguntava qual a serventia daquelas sementes quando as valas estavam pobres em nutrientes. Depois de certo tempo, aparece o velho da colina ao lado do seu carinhoso e simpático jumento distribuindo pitadas de abóboras recheadas de tomates vermelhos. Agora, vejo sementes germinadas multiplicando fragrâncias de otimismo em córregos, montes e colinas.

# Certo dia, ao remexer em coisas antigas, encontrou uma lata cheia de objetos não usados e fora do prazo de validade. Inquieto com o prejuízo conduziu todos para uma sala encantada. Quando chegou à sala, se deparou com um casal de lebres brancos com laços vermelhos no pescoço e uma cadeira no centro, com livro aberto na página 45. Depois de certo tempo, observando o movimento de transformação sentou no chão e começou a desfrutar os objetos recuperados.

# A noite caia na rua das primeiras descobertas, horas a fio, uma luz amarela afastava as trevas que teimavam desesperançar os sonhos do menino. Tempos idos, de palavras repetidas em velhos cadernos, desabrochando a força que começava exalar no peito sentimentos que dariam o tempero para enfrentar desafios. Hoje, o homem separa sementes, sopra vontades e traça caminhos, conduzindo o despertar do amanhã desejável aos seus olhos.

# Estava em cima da grade, desfrutando pensamentos e vozes de passarinhos. Do lado direito, o capim verde era marcado por passos apressados e, do lado esquerdo, o chão batido soprava uma poeira fina. Copiosamente chovia fino, o sol iluminava algumas rosas vermelhas que eram conduzidas para lugares carentes. O céu azul iluminava mentes de peregrinos sem rumo e o manto branco sagrado estava sendo repartido com todos que chegavam humildemente com a sua caçarola.

# A sala estava cheia de quadros coloridos e no topo da janela um canário do império produzia um belíssimo som; várias penas amarelas marcavam o assoalho de madeira. No centro, um gato mariscado guardava a chegada do último dono. Pedras no canto da sala marcavam velhos acontecimentos... Depois de uma longa e mal dormida noite, o sonho desapareceu e tudo virou uma tela em branco.

# Retirou da parede o último recado e contou a quantidade de pregos que penduravam as ordens da casa. Percebeu que existia alguma coisa errada, pegou o balde de recados confusos e estabeleceu novos critérios: tinha que esperar que o sino tocasse três vezes e, imediatamente, tomar água no cálice de prata. Depois, saiu para a rua encontrar novos parceiros para as próximas caminhadas.

# As palavras estavam reescritas no antigo caderno e no rodapé de cada página tinha um desenho da infância. Juntos da cama, dois rádios tocavam músicas na mesma frequência. O sol brilhava atrás da cortina e o novo recado informava que a próxima empreitada seria limpar as manchas das camisas erradas.


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