domingo, 27 de julho de 2014

(4) Alguns textos de Zeca Lemos publicados no Facebook


# No altar colocamos rosas vermelhas ao peito para alimentar, continuamente, o fogo da paixão-amor. Ano de 1974, 23 de fevereiro. O lindo céu professava caminhos de felicidades. Um sábado abridor de portas de alegrias... Agradeço, eternamente, a linda menina por acreditar que valeria a pena receber e dar algumas pisadas na grande dança do casamento. Aproveito para pedir desculpas pelas pisadas de precipitante.

 # Retirei pregos e parafusos das gavetas e coloquei debaixo da mesa. Fiz tudo ao contrário para verificar a serventia das regras. Perguntei e recebi várias respostas. Insatisfeito, fui novamente procurar outros objetos para colocá-los debaixo da cama.
 
# Observei que o caminhante estava atento para escolher novos caminhos. Ele não tirava os olhos das particularidades, pesava, filtrava e descartava as rebarbas. Deixava “pra lá” as coisas que não tinham jeito de aproveitamento. Na caminhada começou a chover, imediatamente, tirou a camisa e imaginou que estava deitado na calçada do quintal da casa, desfrutando as gotas que daria energia suficiente para mudar possíveis braçadas.

 # Contraditório, inusitado, desdobramento, ambivalência e paradoxal faziam parte dos significados do viajante. Um vazio bom, depois de montar enredos. Um ambiente externo maravilhoso, disponível para aventuras da mente fértil. Inventa agora que em cima da árvore tinha um pássaro debochando da sua cara. Eram sorrisos diante dos bons perigos das aventuranças.

# Naquele dia, quando estava muito cansado, fui ao encontro de ventos de vitalidade. Busquei na memória um lindo campo verde, um cavalo marrom com sela vermelha e ao seu lado um carro vermelho correndo na estrada. Voltei forte para o desafio da tarefa, confirmando que é possível tirar leite de pedras.
 
# Usava uma pá para retirar objetos que chegavam ao buraco em velocidade. Parecia que o movimento seria eterno e não seria possível atender as demandas... Depois de certo tempo e renovadas experiências, a situação entrou em novo ritmo, os objetos passaram a chegar, vagarosamente, fragmentados pelos cortes de outros ventos e, tudo acabou bem para alívio da cabeça do sonhante.

 # Era um portal de passagem e folhas de encanto eram rasgadas. As lágrimas da iniciação marcavam um novo tempo... O caminhante sabia que não existia espaço para o fico, por isso, estava disponível para receber novas pedras de sabedoria e confeccionar mantos, em diferentes ordens e livre de agulhas viciadas. Agora, o caminhante olha para o horizonte e espera a vinda de outras nuvens para formação de novas cirandas de encantamento.

# Estava mobilizado por vontades, a procura de uma nova página virgem de histórias, me deparei com um calhamaço de histórias em andamento, mal contadas, esperando oportunidades para chegar à superfície. Resolvi misturar tintas, em várias tonalidades, e apresentar alguns esboços para o sossego de possíveis cobradores internos.

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