# Ele achava que não precisava
escrever nada. Precisava somente observar a rapidez de cada mudança. Perdido na
diversidade de sensações e sentimentos mudou dezenas de vezes de opinião. Na
incompletude, evocou dois pássaros coloridos e aceitou, sem desagrado, os
acontecimentos.
# A folha fora devidamente
cortada e colada no grande espelho. Cada pedaço indicava um possível caminho.
Volta e meia, surgia uma interrogação. Como organizar os belos garranchos? Será
que a pedra deveria escolher o caminhante?! Ilusão?! Dúvidas?! Confusão?!...
Que bom! É Livre criar.
# Ele tem economizado o seu
precioso líquido para marcar novos territórios e, a cada saída inventa uma nova
maneira de anunciar a sua presença. O estresse é grande porque o espaço é curto
para tantos competidores. Agora, ele pensa que o jeito é caminhar nos espaços
paralelos, mudar a condução e transformar a rotina das paredes, como não é
possível, ele senta na pedra do silêncio e espera a chegada do arco-íris.
# Ele achava que podia
desmontar estruturas... Dizia-se que a força da sua mão era desproporcional a
sua vontade. Puro engano. Poucos acreditavam que a qualquer momento iria
desistir. Os pedaços de coragem acendiam o seu peito. De vez em quando, abria o
livro das ilusões e desenhava o futuro... O soldado de chumbo, agora, propaga
ideias diferentes e testa a serventia dos enganos, para o eterno recomeço de
abri outras janelas de encantamento.
# Todos os dias, recebia um
papel cheio de notícias ruins, algumas desconhecidas e outras carimbadas.
Quando tomava consciência do seu conteúdo, ignorava, assumia algumas atitudes
ou resolvia apagá-las. Às vezes, falava para o remetente que não tinha
obrigação de julgá-las. Dizia que gostaria de passar longe das bancas
estressantes. Como não podia, escrevia garranchos coloridos, soprava ao vento e
ficava esperando a alegria que chegaria com os novos pombos.
# Era um som que se escutava:
verde que te quero verde, verde saúde do meu querer; do grilo ao silêncio, para
rememorar aquilo que há de se fazer.
# Era um carnaval de inocências
e instintos: desfile de máscaras de pessoas, apitos livres, automóveis
transviados, blocos da Rua Nova, fantasias da Imperatriz e banhos de água suja.
Tempos de insensatez... Uma vez um chapéu roubado, um canto mijado; novamente
acontecendo, sem documentos e longe de compromissos.
# O espelho estava todo remendado.
Vagarosamente, algumas pessoas se aproximavam para enxergar os disfarces.
Vítimas de destinos, as imagens distorciam compreensões e atitudes. Agora,
quando tomo meio copo d’água espero uma nova oportunidade para colocar novos
remendos.
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