domingo, 27 de julho de 2014

(3) Alguns textos de Zeca Lemos publicados no Facebook


# Ele achava que não precisava escrever nada. Precisava somente observar a rapidez de cada mudança. Perdido na diversidade de sensações e sentimentos mudou dezenas de vezes de opinião. Na incompletude, evocou dois pássaros coloridos e aceitou, sem desagrado, os acontecimentos.

 # A folha fora devidamente cortada e colada no grande espelho. Cada pedaço indicava um possível caminho. Volta e meia, surgia uma interrogação. Como organizar os belos garranchos? Será que a pedra deveria escolher o caminhante?! Ilusão?! Dúvidas?! Confusão?!... Que bom! É Livre criar.

 # Ele tem economizado o seu precioso líquido para marcar novos territórios e, a cada saída inventa uma nova maneira de anunciar a sua presença. O estresse é grande porque o espaço é curto para tantos competidores. Agora, ele pensa que o jeito é caminhar nos espaços paralelos, mudar a condução e transformar a rotina das paredes, como não é possível, ele senta na pedra do silêncio e espera a chegada do arco-íris.

 # Ele achava que podia desmontar estruturas... Dizia-se que a força da sua mão era desproporcional a sua vontade. Puro engano. Poucos acreditavam que a qualquer momento iria desistir. Os pedaços de coragem acendiam o seu peito. De vez em quando, abria o livro das ilusões e desenhava o futuro... O soldado de chumbo, agora, propaga ideias diferentes e testa a serventia dos enganos, para o eterno recomeço de abri outras janelas de encantamento.

 # Todos os dias, recebia um papel cheio de notícias ruins, algumas desconhecidas e outras carimbadas. Quando tomava consciência do seu conteúdo, ignorava, assumia algumas atitudes ou resolvia apagá-las. Às vezes, falava para o remetente que não tinha obrigação de julgá-las. Dizia que gostaria de passar longe das bancas estressantes. Como não podia, escrevia garranchos coloridos, soprava ao vento e ficava esperando a alegria que chegaria com os novos pombos.

 # Era um som que se escutava: verde que te quero verde, verde saúde do meu querer; do grilo ao silêncio, para rememorar aquilo que há de se fazer.

 # Era um carnaval de inocências e instintos: desfile de máscaras de pessoas, apitos livres, automóveis transviados, blocos da Rua Nova, fantasias da Imperatriz e banhos de água suja. Tempos de insensatez... Uma vez um chapéu roubado, um canto mijado; novamente acontecendo, sem documentos e longe de compromissos.

# O espelho estava todo remendado. Vagarosamente, algumas pessoas se aproximavam para enxergar os disfarces. Vítimas de destinos, as imagens distorciam compreensões e atitudes. Agora, quando tomo meio copo d’água espero uma nova oportunidade para colocar novos remendos.

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